sexta-feira, 18 de julho de 2008

A VINGANÇA DO SANTO! (post 2)




Ai, amores! Perdão pela ausência. Mas o mês de junho me deprime. Essa coisa de "Dia dos Namorados", "Trezena de Santo Antônio", simpatias e afins destrói a minha alma de deusa. Estava super mal e resolvi abrir meu coração para vocês aqui em casa (um mês depois, é verdade... mas antes puta do que nunca!). Vou contar tudo aquilo que vocês queriam saber sobre o passado de Lucy Lovelips mas nunca tiveram coragem de perguntar.
Tudo começou lá nos primórdios de meu primeiro relacionamento. Eu, uma menina linda, leve, solta e passional até o olho que nada vê. Toda serelepe e saltitante, assim como Bambi correndo pelos campos floridos. Era uma pintosa religiosa e prendada. Como todas as meninas de lá da rua, nessa época de junho, fazia todas as simpatias possíveis, impossíveis, imagináveis e inimagináveis. Um belo dia descobri a trezena e fui rezar para o santo casamenteiro me arranjar um bofe lindo e rico, para me dar uma vida de princesa. Roubei todos os santinhos que eu encontrava em minha frente, arranquei os meninos Jesus dos seus braços, coloquei Saint Tony dentro d'água, enterrado de cabeça pra baixo e todas as atrocidades possíveis. Foi aí que conheci Carlão, um homem corpulento, com cara de pedreiro e jeito de traficante que pelo-amor-dos-deuses!!! Só de lembrar daquele pilantra fico toda me bulindo! Depois que o conheci, passei a ser colecionadora de hematomas (tanto que pensei em usar Emma Thomas como nome de guerra, mas alguém chegou antes de mim... paciência!). Eu era uma verdadeira bola no nariz de uma foca, bola de pingue-pongue e qualquer outra coisa que fique de um lado pra outro. Numa noite só eu perdia as contas de quantas vezes era jogada na parede… vocês devem se perguntar se eu não o largava porque tinha medo. E eu digo que eu gostava!!! Amava aquele desgraçado! Tinha uma pegada como ninguém no mundo... só que ele me abandonou. Se enrabichou por uma racha, virou pastor e foi embora para o acre converter índios. Padeci! Desci aos infernos! Eu gritava feito uma louca alucinada "Eu quero meu Carlão! Eu quero meu Carlão! Não sou ninguém sem seu amor, sem o seu carinho!" Juro a vocês que, se não tivessem composto "Abandonada Por Você" (aquela que Fafá de Belém canta) e "Atrás da Porta" (Chico Buarque) - vale a pena ver Elis cantando ela! eu teria feito! Elas exemplificam perfeitamente a minha dor.
Até que um belo dia eu acordei, abri a janela e havia um lindo dia lá fora! Os pássaros cantavam, o vento balançava as folhas das árvores, as flores exalavam doces perfumes, a Vida lá acontecendo como doces pinturas em tons pastéis e eu sofrendo por Carlão. Foi então que me despertei do sofrimento, me olhei no espelho e disse pra mim mesma: Acorde mulher! Saia por essas ruas e dê para o primeiro negão toreba que passar! Assim eu fiz! Fiquei meio desconjuntada com a pressão que a jeba fez em meu terceiro olho (a baga ficou tão arregalada que eu via uma agulha num palheiro lá na lua!). E assim nasceu Lucy Lovelips... depois de uma desilusão amorosa...

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